“Parô ou o Belo Abismo”, de Só Filipe
Pâro ou O Belo Abismo sublinha um rasgo de potência na encruzilhada do desequilíbrio. Passa-se da estagnação do tempo, olhando para a funda depressão do buraco e volta-se a tentar o impossível. Ser-coisa, ser-animal, ser de não saber. Desde o chão onde se estava, imóvel, petrificado pela hiper realidade suicidária, para o aprender a cuspir a dança da moratória, da vida… para voltar a caminhar diferente.
Só Filipe nasceu nas Caxinas. Inicia em 2000 o seu estudo em manipulação de objetos, de uma forma empírica e focada na técnica que serve uma crueza fortemente influenciada pelo circo finlandês. Desenvolve um particular interesse na sinergia entre o corpo e o objeto, reposicionando-se na relação hierárquica entre estes dois elementos. Ao longo dos anos de prática o seu interesse vai-se desviando do virtuosismo técnico, dando primazia ao imaterial, ao corpo e à voz como gatilhos autónomos. Resultando numa linguagem híbrida e num virtuosismo distorcido.
Dança, M12 – 57 min
13 e 14 dez / Sala Estúdio do TCA
Luto – angústia – depressão – acolher – familiaridade
Criação e interpretação: Só Filipe
Criação e acompanhamento Artístico: Ana Rocha
Desenho de luz e direção técnica: Emanuel Santos
Composição musical: Larie
Figurinos: Nina Botkay
Residências: Espaço Fisga, Espaço Lovers & Lollypops
Agradecimentos: Bruno Moreno, Aurora dos Campos, Kinga Nguyen, Grazie Pacheco
Coprodução: Instável – Centro Coreográfico*, Teatro Municipal do Porto, Sekoia, Moagem Fundão
* No âmbito do projeto Palcos Instáveis