© João Octávio Peixoto/TMP / “VANISHING”, de Beatriz Valentim e Bruno Senune
VANISHING é um encontro, uma peça em dois momentos, com dois intérpretes, dois discursos, onde cada uma de nós compõe uma partitura coreográfica para a outra, repetindo padrões, recorrências, organismos. A partir de reflexões sobre a efemeridade da dança e do ato performativo – “dance always vanishes in front of our eyes in order to create a new past” (André Lepecki) – pesquisamos sobre o gesto, presença vs ausência, aparecimento vs desaparecimento, contemplando as várias perda do que foi/já não é.
Mergulhamos no quotidiano do corpo e da sua gestualidade particular, na observação contaminante do outro, nos espaços negativos em prosa, confundindo sujeito e objeto, mesclando ação e reação. Utilizamos o “olhar” enquanto iconografia de observação, pesquisa, procura, num diálogo ambivalente de conexão, domínio, rejeição.
Ciclos do tempo – dia metamorfoseando-se na noite – como referência para representação/fracasso, captação da forma, impossibilidade da mesma, repetição, transformação, superabundância de movimento. Coreografar o invisível, destruir os ciclos: agora vês-me, agora não, desapareces para dentro de mim, desapareço para dentro de ti – tu que me estás a ver. Encontramos espaços intermédios: des-olhar, des-formatar, projetar desejos, pesadelos, pó. Presença em trânsito, em transição, numa constante demanda por lugares de pertença e memória. Telma João Santos, Beatriz Valentim e Bruno Senune
It must be nice to disappear, To have a vanishing act, To always be looking forward, And never looking back.
Lou Reed
Beatriz Valentim é formada pela Escola de Dança do Conservatório Nacional e licenciada em sociologia pelo ISCTE-IUL. Trabalha com artistas como Olga Roriz, Jérôme Bel, Raimund Hoghe, Mafalda Deville, Sílvia Real, Francisco Camacho e Né Barros. “O que é um problema?” é o seu mais recente espetáculo de dança que combina artes plásticas e música, dirigido ao público jovem, em co-produção com o Festival Cumplicidades e o Teatro Municipal do Porto.
Bruno Senune iniciou os seus estudos em dança no Balleteatro (2008-2011), onde neste momento desenvolve projetos de formação. Colaborou como intérprete com vários artistas entre eles Tânia Carvalho, Né Barros, Théo Mercier, Boris Charmatz, Flávio Rodrigues, Carlota Lagido. Desde 2015 que cria os seus projetos autorais apresentando-os em vários contextos.
Dança, M6 – 40 min
efemeridade – olhar – desvanecimento – memória – quotidiano
Datas anteriores
5 e 6 abr / Palco GA do TCA
Coreografia e Interpretação: Beatriz Valentim e Bruno Senune
Composição musical original e Interpretação ao Vivo: Pedro Souza
Textos e Documentação: Telma João Santos
Figurinos: Ana Isabel Castro
Desenho de Luz: Mariana Figueroa
Registo vídeo: Daniel Pinheiro
Aconselhamento artístico*: Flávio Rodrigues
Residências Artísticas: Teatro Campo Alegre*, A Gráfica – Centro de Criação Artística de
Setúbal
Cedência de espaço: CAMPUS, Companhia Olga Roriz
Coprodução: Instável–Centro Coreográfico e Teatro Municipal do Porto*, A Gráfica – Centro de Criação Artística de
Setúbal
Apoio à Criação: Fundação GDA
* No âmbito do projeto Palcos Instáveis